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Tecendo a Ancestralidade: Oficinas gratuitas

  • Foto do escritor: Manauarou
    Manauarou
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura

Entre julho e agosto, o projeto oferece oficinas gratuitas de confecção e toques de agbê em bairros tradicionais da capital amazonense, valorizando os saberes negros e a ancestralidade feminina.

Foto: Jessica Oliveira
Foto: Jessica Oliveira

Manaus será palco, entre os meses de julho e agosto de 2025, do projeto Tecendo a Ancestralidade, que promove oficinas gratuitas de confecção e prática dos toques do agbê — instrumento afro-brasileiro repleto de história, força simbólica e sonoridade vibrante. As atividades terão início neste sábado, dia 12 de julho, às 14h, no Quilombo de São Benedito, no bairro Praça 14, e seguem até o final do mês, encerrando com a oficina de ritmos no dia 2 de agosto, na Casa Teatro Taua-Cáa, em Santa Etelvina. O projeto foi contemplado pelo Edital Macro 002/2024 do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), via Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), com apoio do Ministério da Cultura e da Prefeitura de Manaus, dentro do Programa de Cultura Itinerante do município.

As oficinas são gratuitas, acessíveis a todas as idades e abertas à comunidade, sem necessidade de inscrição prévia ou de materiais — tudo será disponibilizado durante as atividades. A programação é voltada especialmente para moradores do Quilombo do Barranco e da Comunidade de Santa Etelvina, mas está aberta a todos os interessados em aprender sobre esse instrumento musical, compartilhando as sonoridades, saberes e práticas culturais afro-brasileiras.

Agbê: instrumento de ritmo, memória e resistência

Conhecido também como xequerê ou abê, o agbê é um instrumento percussivo de origem africana, tradicionalmente confeccionado com uma cabaça seca cortada em uma das extremidades e envolta por uma rede de contas feitas com búzios, sementes e miçangas. Seu som é classificado como “idiofone” — ou seja, produzido pela vibração do próprio corpo do instrumento — e acompanha ritmos como maracatu, coco de roda, afoxé, samba e ijexá.

Além de sua sonoridade marcante, o agbê carrega uma dimensão simbólica profunda, sendo majoritariamente tocado por mulheres e associado à ancestralidade, ao movimento e à espiritualidade. “É um instrumento de força, de empoderamento feminino, de luz que abre caminhos. Tanto é que o agbê vem na frente, ali nos baques virados; ele vem na frente porque é um instrumento de abrir os caminhos de luz, de movimento, tanto do vento quanto das águas”, destaca Susana Cláudia Freitas, mestra da cultura e responsável pelas oficinas do projeto.

O projeto será dividido em dois momentos. O primeiro ciclo, “Tecendo os fios da ancestralidade”, traz uma imersão completa no processo de criação do instrumento: desde a escolha e o cuidado com a cabaça até a montagem da renda com miçangas, incluindo também uma introdução à história e aos usos culturais do agbê. Já o segundo ciclo, “Toques percussivos”, oferece oficinas práticas focadas nos ritmos tradicionais afro-brasileiros. Além de Susana Cláudia Freitas, as oficinas contarão com a participação especial do Ponto de Cultura e Coletivo Cocada Baré, que ficará responsável pela condução das atividades rítmicas e pelos momentos de canto e dança integrados às aulas.

Foto: Jessica Oliveira
Foto: Jessica Oliveira
Programação completa – “Tecendo a Ancestralidade”

Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito, Av. Japurá, 1527 – Praça 14 de Janeiro

  • 12 de julho (sábado), 14h

  • 19 de julho (sábado), 14h

  • 25 de julho (sexta), 19h

  • 26 de julho (sábado), 14h


Casa Teatro Taua-Cáa, Rua Santa Eliana, 19 – Santa Etelvina

  • 2 de agosto (sábado), 9h


Contato para mais informações: (92) 982400170 (Andarilha) @cocadabare @susanaclaudiade e @caldonegroproducoes

 
 
 

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