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Espetáculo: Filha do Encontro das Águas

  • Foto do escritor: Manauarou
    Manauarou
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura

Entre os dias 20 e 27 de julho, Manaus será palco do espetáculo Filha do Encontro das Águas, uma obra que celebra um movimento de continuidade e pertencimento. Lia Benacon, atriz amazonense é uma das primeiras mulheres da cidade de Manaus/AM a se formar na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP) — instituição prestigiada na formação de atores — retorna com um trabalho que nasceu do corpo, da memória e do compromisso em manter vivas as narrativas de sua origem.

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Idealizadora do projeto, Lia vem desenvolvendo essa pesquisa desde 2019, ainda na cidade de Manaus. Naquele ano, escreveu o texto que mais tarde daria origem ao curta-metragem homônimo, realizado no campo do audiovisual. Em São Paulo, para onde se mudou exclusivamente para estudar, sua trajetória seguiu marcada por essa busca: nos palcos da capital paulista, Lia criou e atuou em obras que contavam histórias da sua família, da Amazônia, de saberes e afetos do Norte — reafirmando sua identidade artística mesmo em meio à paisagem urbana do Sudeste.

Em 2023, o projeto realizou uma primeira temporada em Manaus, passando por escolas públicas e espaços abertos da cidade, como o Largo São Sebastião, o Parque Rio Negro e a Orla da Ponta Negra — estabelecendo desde o início uma conexão direta com o território e seu público.

Filha do Encontro das Águas marca agora um novo ciclo, contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura da Cidade de Manaus, Lia divide a cena com o ator Victor Mota, natural de Sorocaba (SP). No espetáculo, a presença de Victor simboliza a força de uma cidade grande como São Paulo, que tenta apagar as memórias de origem — e que precisa ser constantemente relembrada de onde veio. A peça nasce do aprofundamento da pesquisa de Lia e da tensão poética entre esses dois corpos vindos de mundos distintos, numa travessia onde mais importante que a partida é lembrar de onde se veio. "Mesmo estudando em São Paulo, nunca deixei de criar a partir do Norte. Levei comigo as lendas que ouvi dos meus pais, a memória do rio. Voltar pra Manaus com esse trabalho é como se eu pudesse devolver em forma de arte tudo o que recebi da cidade. É uma história minha, mas que pode ser de qualquer um que precisou partir pra lembrar de onde veio", conta Lia Benacon.

Com direção de Diego Roberto e dramaturgia de Dea Lara, Filha do Encontro das Águas propõe uma travessia sensível por paisagens internas e externas. Em cena, tudo escorre: memórias, lendas, afetos, palavras. A direção de arte é de Francisco Ricardo, com ilustração e identidade visual de Yan Bentes, e trilha sonora ao vivo composta e executada por Marcelo Nakamura e Ana Paula Mady. O projeto ainda propõe, apresentações exclusivas para discentes de escolas municipais e estaduais da cidade e duas rodas de conversa para discutir os temas referentes à arte, meio ambiente e território, com participação de Vanda Witoto, liderança e ativista indígena, e Beto Oliveira - Margem do Rio, ativista e artista visual.

Inspirado pela imagem das águas que se encontram sem se misturar — como o Negro e o Solimões — o espetáculo também fala de contraste, de permanência e de transformação. Um gesto artístico de continuidade, memória e afeto: uma oferenda à cidade, ao passado e ao próprio ofício.

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"Essa é uma história sobre qualquer pessoa que decide voltar para se encontrar."


Serviço:


Filha do Encontro das Águas

Data: Curta temporada 20, 24, 25, 26 e 27 de Julho

Horário: Quinta, Sexta e Sábado às 20hs. Domingos às 17hs 

Local: Buia Teatro - R. Dona Libânia, 300 - Centro, Manaus - AM


 
 
 

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